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Um objeto só se torna visível na medida em que torna cego o que o cerca. A imagem nasceu do desejo de imitar a ruptura do mundo, quando aí surgiu uma figura que está também na origem de
seu nome. De onde, porém, os homens tiraram a idéia de testemunhar essa ruptura sobre uma superfície, ou seja, em um espaço que estampa uma coerência espantosamente presente e homogênea, ao contrário daquele de onde a figura extrai sua existência, consagradopor ela à
ausência e à desordem? Da preocupação em celebrar essa figura, isolando-a sobre um “fundo”? Ou não se trataria antes, ao restituir ao visível a dualidade que o cria, de inscrever as figuras que ele suscitava – com outras, imaginárias, mas que seriam dotadas para o olhar pela mesma evidência mágica – em um espaço redefinido pelo homem, onde essas figuras estariam unidas não mais segundo as leis indecisas do caos que se abre para o dia, mas por um projeto inédito e deliberado do espírito? |
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