Abstract:
Este artigo analisa ideias e representações sobre a amizade veiculadas por textos teórico-prescritivos e de ficção dos séculos XVII e XVIII, concentrando-se na noção setecentista da amizade sentimental. Esta se insere em um discurso acerca da sociabilidade que, articulado em torno da categoria da “sensibilidade”, tornou-se proeminente no contexto cultural do Iluminismo britânico. A despeito de sua orientação secular, o discurso da sociabilidade sentimental recupera certos elementos dos debates acerca da legitimidade das relações pessoais que tiveram lugar no interior da tradição cristã nos períodos medieval e renascentista.