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Listas, inventários, arquivos, coleções têm um papel de longa data como a antítese da arte. Muitas vezes denegridos como meras “listas de lavanderia” e condenados como enumeração cega de detalhes empíricos, os inventários, no entanto, têm uma poética e uma história próprias. Na verdade, a escrita foi inventada como um veículo de listas e, em alguns dos primeiros gêneros literários, as listas são arenas de habilidade e destreza. À medida que o centro da atenção literária se desloca da memória ou conhecimento coletivo para a pessoa e o estilo únicos do autor e para o suspense intrínseco da narrativa, as listas assumem, ao longo do período moderno, um papel de oposição - muitas vezes sinalizando paródia, como em Rabelais ou Joyce, suspendendo a narrativa e obliterando o narrador. A escrita pós-moderna de “gênios não-originais” como Andy Warhol ou Kenny Goldsmith também se desenvolve no adiamento indefinido da sequência narrativa e, assim, nos leva de volta aos primórdios sem adornos da escrita. |
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