Abstract:
De que forma a cultura pode ser usada para manter as relações de dominação? E, ao
mesmo tempo, em que contribui para o pensamento crítico e uma possível quebra de hegemonia,
ruptura ou forma de resistência a essas relações dominantes? Que alternativas de ações são
desenvolvidas pelo Ponto de Cultura de forma a despertar através da cultura a consciência crítica e
uma transformação na realidade? Essas são questões centrais da pesquisa que tem como objeto o
Ponto de Cultura, principal ação do Programa Cultura Viva implementado pelo Ministério da
Cultura. O estudo teórico das categorias: cultura, alienação e hegemonia, fundamentado em diversos
autores, e o trabalho de campo realizado, - com foco dirigido nas ações de três Pontos de Cultura do
Estado do Rio de Janeiro: Centro de Educação Lúdica da Rocinha, Centro de Teatro do Oprimido e
o Quilombo Campinho da Independência, localizado no Município de Paraty,- pretende discutir,
dentro de uma análise dialética, de que forma esses trabalhadores da cultura que atuam no s Pontos,
sujeitos dotados de saberes e de produção de conhecimento, se submetem às regras e limites
estabelecidos dentro de uma sociedade capitalista, e, de outro lado, contraditoriamente, como
conseguem subverter a ordem e produzir rupturas nessas relações de poder?