Resumo:
Este artigo estuda as variações linguísticas do idioma italiano escrito pelos descendentes da imigração em contato com a fala brasileira, na construção da linguagem militante do jornal anarquista, publicado em São Paulo, Guerra Sociale, de 1935. O artigo privilegia esse número único, dos anos trinta, pela escritura do ítalo-paulista, disseminado entre os descendentes dos primeiros anos da imigração italiana em São Paulo. O citado número produz um texto contaminado pela fala das ruas na cidade de São Paulo, uma variação dialetal que desaparece com a assimilação desses descendentes de imigrantes. O número único destaca-se da série do jornal pela propaganda antifascista. A escrita que interessa à pesquisa não é a de “elaboração literária”, conforme a paródia de Alexandre Marcondes Machado, mas a que registra a linguagem comunicativa dos falantes brasileiros do italiano. Trata-se de um periódico de tendência libertária, publicado na cidade de São Paulo, no começo do século XX, cuja coleção encontra-se no Arquivo Edgard Leuenroth no IFCH, na Unicamp, em Campinas, São Paulo.