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O objetivo da dissertação foi o de investigar as políticas para o teatro desenvolvidas
no Espírito Santo durante a Ditadura Militar. Para tanto, trabalhei,
metodologicamente, com diferentes escalas de investigação, analisando o
depoimento de artistas teatrais capixabas que vivenciaram o período e relatórios de
gestão da instituição cultural responsável por programar e executar a política cultural
do estado na época, a Fundação Cultural do Espírito Santo (FCES), bem como
buscando compreender o processo de desenvolvimento das políticas culturais que
ocorria em nível federal. Nesse sentido, em particular, optei por destacar o aspecto
aparentemente contraditório do regime instalado com o golpe de 1964, que era
também o responsável por perseguir e prender vários artistas e proibir incontáveis
obras. Fiz um recorte temporal que vai da data do golpe até 1980 e pude identificar
três momentos distintos da relação entre o Estado e a atividade teatral no Espírito
Santo: 1o) de 1964 a 1969, um período de ausência de investimentos no setor; 2o)
de 1970 a 1977, com o desenvolvimento de um grande número de ações e 3o) de
1977 a 1980, com a redução dos investimentos que vinham sendo realizados até
então, culminando com a extinção da FCES. Tendo por base o conceito de
teatrocracia de George Balandier, interpretei que as oscilações observadas nestes
três momentos relacionaram-se com a imagem que os governadores biônicos do
estado procuravam transmitir de si próprios para a população. |
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