Resumo:
Este artigo sugere um sentido simbólico capaz de transformar um móvel de assento num monumento a ser ocupado pelo quarto bispo de Mariana e seus sucessores, tomando como ponto de partida as descrições da festa de instauração do bispado, publicadas em forma de crônica em 1749, com o título “Áureo Trono Episcopal”. Foi própria ao universo artístico setecentista a vinculação entre projetos artísticos realizados para festas e procissões – carros alegóricos, elementos decorativos, mascaradas, fantasias, decorações luminosas – e os projetos artísticos “feitos para durar”. É possível supor um propósito comum na concepção simbólica e formal do Trono Episcopal – como elemento para o cenário das festas de 1748 e também como peça de mobiliário (hoje no acervo do Museu Arquidiocesano de Arte Sacra de Mariana), realizado cerca de trinta anos depois.