Resumo:
Perguntando-se por que o Deutsches Literaturarchiv Marbach estabeleceu a data de 1750 como o ponto inicial para a sua coleção de documentos, este artigo analisa como e por quê chegaram a nós os manuscritos autógrafos existentes de autores europeus modernos; e que mudanças nas categorias filosóficas, estéticas e jurídicas definiram, em meados do Setecentos, um novo regime para a composição, publicação e apropriação de textos. A partir de mudanças no direito de autor e, mais amplamente, na própria categoria de autor, os manuscritos autógrafos passaram a ser valorizados como garantia da autenticidade de uma criação única e original. Desde então, os arquivos literários proliferaram, com efeitos amplos sobre as práticas editoriais e a crítica literária.
Descrição:
Este texto foi originalmente apresentado como conferência de abertura [keynote lecture] no seminário Vidas Póstumas: Arquivos Literários no Século XXI, que teve lugar na University of Pennsylvania, de 19 a 21 de março de 2009.