Resumo:
Este artigo mostra como a literatura é uma fonte documental de suma utilidade para o imaginário da história e seu estudo. Utilizei-a para observar a imagem que transmite da crise e decadência espanholas do século XVII, uma época complexa e difícil, vital para a Monarquia hispânica, que está muito presente nas criações dos grandes escritores do Século de Ouro, como Cervantes, Quevedo, Gracián ou Suárez de Figueroa. Assim, qualquer literato ou intelectual daquela época permite-nos perceber o impacto que a crise teve em suas consciências, e não só os profissionais que buscavam suas causas e soluções. Na Espanha seiscentista, a crise gerou uma literatura prolífica e específica em torno dos problemas que a população enfrentava, um fenômeno sem comparação na Europa.