Resumo:
A partir de uma foto retirada de álbum de família de Tomás Lopes (1879-1913), diplomata e escritor cearense, procuro recuperar elementos da sensibilidade de uma época que marcou uma geração de escritores e artistas brasileiros, cujas obras por muito tempo ficaram esquecidas por crítica e público, tachadas de “passadistas” pelo grupo da Semana de Arte Moderna de 1922. Concentro minha análise em algumas obras desse autor, que, com sua forma particular de vivenciar a chamada Belle Époque, se identificava e ao mesmo tempo se distanciava da intelectualidade boêmia atuante no cenário cultural carioca da virada do século XIX para o XX. Morto aos 33 anos de tuberculose num sanatório em Davos, na Suíça, Tomás Lopes encarnou, na arte e na vida, o sentimento do fim de uma época.