Resumo:
Planejadores e reformadores urbanos, no início do século XX, percebiam a capital federal como um lugar cuja mobilidade e ordenamento estavam bloqueados e obstaculizados por uma cidade “arcaica”, que seguira um modelo de crescimento urbano desordenado: com ruas tortuosas e becos estreitos polvilhados por habitações coletivas – casas térreas e de cômodos, insalubres e infectas – propiciadoras das mais diversas doenças. O “Panorama do Rio de Janeiro” (fig. 1) executado por Victor Meirelles em 1855 já apresenta um espaço urbano denso, apertado entre os morros e o mar e preenchido por construções coloniais - um conglomerado de edificações que ofereciam à cidade um aspecto sufoconte e desordenado. Nas últimas décadas do século
XIX, especialmente com o fim da escravidão, houve uma verdadeira explosão no número
de habitações coletivas desde o ínfimo cortiço até as impossíveis casas de dormida.