Resumen:
O artigo analisa o modo como Hannah Arendt formula e responde a pergunta: o que fazemos quando pensamos? Trata-se de esclarecer a contribuição original da autora para uma reconsideração crítica das imagens tradicionais do pensamento, concebendo o pensar enquanto uma atividade e uma experiência inteiramente distintas da quietude contemplativa e do solipsismo da introspecção, desprovidas de resultados cognitivos e recuadas do mundo fenomênico no qual se manifestam os mais básicos engajamentos ativos dos homens com o mundo comum e humano (trabalho, fabricação e ação). Pretende-se expor que, embora Arendt considere o pensamento uma atividade extramundana, o seu exercício está relacionado com o mundo comum e a esfera pública de distintos modos, uma vez que a “ausência de pensamento” é um relevante fator nos assuntos humanos.