Resumo:
O projeto político de preservação do patrimônio cultural brasileiro nascera
ancorado na ideia de registrar os elementos formadores da nação, que deu primazia a bens
representativos da elite branca, católica e letrada brasileira. Expressão clara desta predileção
está em Sergipe: dos vinte e cinco tombamentos federais, dezoito referem-se a igrejas
católicas. A partir dessa discussão, este trabalho visa analisar como são recrutados os
integrantes do Conselho Estadual de Cultura de Sergipe, órgão responsável pelos processos de
tombamento em nível estadual. À luz dos escritos de Calabre (2008) a respeito da criação com
Conselho Federal de Cultura e do incentivo à estruturação de órgãos correlatos nos entes
federados brasileiros, concluímos que, em Sergipe, as elites procedem à corroboração do seu
poder através do tombamento de bens culturais materiais que lhe sejam representativos.