Resumen:
Os processos de transmissão de memórias e uso do espaço urbano associados à
experiência da migração constituem a base do presente trabalho que dirige sua atenção para a
Feira de São Cristóvão, observada a partir das memórias em circulação por meio de folhetos
de cordel. Por se tratar de uma manifestação cultural distanciada dos códigos hegemônicos no
Sudeste do Brasil e, por sua vez, chave para o grupo frequentador do espaço em pauta, as
vozes do cordel e dos cordelistas revelam-se de grande valor para a discussão de questões
relacionadas à migração, à ocupação do espaço por grupos minoritários, à transmissão de
memórias e aos diálogos interculturais, temas que com a valorização dos patrimônios
culturais tradicionais vêm se afirmando tanto no debate público quanto no debate acadêmico.