Resumo:
O artigo se dedica à reflexão em torno da relação entre as políticas culturais, a
esfera pública e seus desdobramentos territoriais, tendo como acento a discussão
metodológica. O que o artigo propõe ressaltar é a possibilidade de que certos grupos e
indivíduos sejam invisibilizados ou não tematizados pela aparência consensual das políticas
culturais. Desta feita, tenta-se aqui traduzir um modelo metodológico de planejamento urbano
para fins de diminuição do risco de atrofia de expressões culturais na cidade. Ao tematizar o
universo cultural na teoria do planejamento, o Multicultural Planning rejeita a adoção dos
modelos de racionalidade instrumental em favor de um modelo de reconhecimento de
experiências que ressaltam diferentes leituras sobre a construção da realidade e das diversas
possibilidades de organização de práticas coletivas de administração e planejamento urbano e
cultural.