Resumo:
Nesse trabalho, discuto as diferenças entre dois processos de revitalização de
áreas históricas: o Projeto Corredor Cultural, proposta pioneira na revitalização e preservação
do centro histórico do Rio de Janeiro e o Porto Maravilha, proposta atual de revitalização da
zona portuária. A partir da avaliação das ações culturais presentes nos dois projetos, pretende-
se contribuir para a compreensão dos novos sentidos atribuídos ao patrimônio cultural e
histórico e outros bens culturais na modernização das cidades no século XXI. Arriscamos a
hipótese de que o Porto Maravilha representa a consolidação de um novo paradigma de
recuperação de áreas históricas. Nesse processo de transformação, analiso os fatores internos
e externos que redefinem e legitimam o uso da cultura e do patrimônio na reforma da zona
portuária do Rio de Janeiro. Essa nova dinâmica só é possível a partir de um reenquadramento
da memória da cidade e da criação de novas estratégias discursivas e urbanísticas a respeito da
memória e da identidade da cidade do Rio de Janeiro.