Resumo:
Esta dissertação tem como eixo a investigação do processo de patrimonialização e
as políticas culturais da Casa da Cultura, localizada na cidade do Recife. Sua
administração é exercida pela Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de
Pernambuco. Cabe registrar o ineditismo deste trabalho, pois, até onde foi
pesquisado, nada foi encontrado acerca de análises acadêmicas, sob o prisma da
Gestão Pública. Do ponto de vista teórico sobre patrimônio, foram basilares as
concepções de Barreto (2000), Choay (2006), Fonseca (2005) e Funari & Pelegrini
(2009); quanto à historicidade do processo de patrimonialização: Choay (2006) e
Fonseca (2005); para compreensão e sistematização do levantamento dos bens
patrimonializados no Brasil: Fonseca (2005) e IPHAN (2009); para as reflexões
sobre os siguinificados de identidade e memória: Burity (2002), Castells (2002),
Funari & Pinsky (2002), Geertz (1989), Le Goff (2003) e Montenegro (1992); sobre
educação e educação patrimonial: Brandão (1995), Freire (2003) e Horta, Grunberg
e Monteiro (1999); para o entendimento das políticas culturais: Brant (2009), Brasil
(2007), Calabre (2010) e FUNDARPE (2010). Sobre o surgimento das prisões
modernas, tanto na América Latina como no Brasil: Maia (2009), Misciasci (2010) e
Perrot (1988) e Aguirre (2009); sobre a casa de Detenção do Recife: FUNDARPE
(2010). Metodologicamente, a dissertação está embasada na taxionomia
apresentada por Vergara (2000). Quanto aos fins, ela é exploratória e descritiva e,
quanto aos meios, é bibliográfica, documental e de campo. Os diversos atores
envolvidos neste processo foram entrevistados e questionados como a esfera
pública “vende” a Casa da Cultura e como os turistas, os comerciantes e a
comunidade local “veem” a mesma. Os resultados comprovam que a Casa da
Cultura é vista como um centro de venda de artesanatos (que provém das mais
diversas regiões), ou seja, nem o artesanato vendido é em sua totalidade
pernambucano. No decorrer do processo de investigação, foram analisadas e
confrontadas as proposições da FUNDARPE e a sua atuação prática, com relação
ao bem cultural e foi constatado que esta política não está sendo posta em prática
na Casa da Cultura.