Resumen:
Este artigo procura retrabalhar as formas de representação da chamada belle époque em Belém do Pará na passagem do século XIX para o XX, ou seja, no momento de maior expressão da economia da borracha amazônica. Busca-se, assim, discutir o processo social e cultural experimentado pela Belém de então, fundado, segundo seus entes sociais, nas conquistas do Progresso e da Civilização. Esse processo, sustentado pela mundialização da cultura, não produziu tão somente uma figuração mimética da metáfora encarnada por Paris. Os quadros sociais e intelectuais da Belém da belle époque abrigaram mediações, daí resultando um contexto em que a apropriação da cultura mundializada pelos entes sociais de Belém produziu, em última análise, uma releitura da identidade matricial da belle époque propriamente dita.