Resumo:
A análise que aqui se propõe está concentrada no romance História do cerco de Lisboa (1989), de José Saramago. Partindo da teorização desenvolvida por Linda Hutcheon na sua Poética do pós-modernismo (1987), o presente trabalho está interessado nas estratégias utilizadas pelo escritor para relacionar a história com a literatura, detectando na obra citada os enlaces que se dão entre uma verdade dita objetiva, científica, e outra que em geral se entende como sendo primordialmente subjetiva, restrita ao domínio das artes. O livro de Saramago é rico e provocador, pertencendo a um período histórico-cultural que se habituou a contestar a fixidez de conceitos e que se nega a simplesmente avalizar e reeditar ideias e estruturas preconcebidas.