Resumo:
A relação de Carlos Drummond de Andrade com o gênero epistolar transparece tanto na troca de cartas que manteve com um grande número de correspondentes como em sua obra poética e em suas crônicas. Arquivista por vocação, Drummond colecionou desde muito cedo cartas recebidas e algumas cartas enviadas, que foram depositadas pelo próprio autor, após uma seleção, no Arquivo Museu de Literatura Brasileira da Fundação Casa de Rui Barbosa: cartas de familiares e amigos, poetas e romancista, editores, políticos e leitores. Além de uma relação pessoal com o gênero, sua obra poética revela e rememora cartas escritas durante a infância e a juventude, ou ainda cartas que poderiam ter sido escritas mas que não o foram, e Drummond utiliza a correspondência como recurso ficcional em muitas de suas crônicas. Este artigo busca ilustrar, por meio de exemplos oriundos dos diversos aspectos de sua produção, a relação de Carlos Drummond de Andrade com a carta.