Resumo:
Ao tomar como referência princípios como autonomia e protagonismo social, pode-se
dizer que a ação Pontos de Cultura, criada dentro do marco do programa Cultura Viva, do
Ministério da Cultura, representa uma inversão no modo de desenhar políticas para a cultura dentro
do contexto brasileiro: em lugar de promover políticas de acesso (dentro do paradigma da
democratização cultural), a ação busca fomentar a produção cultural da parcela excluída da
sociedade civil, dentro da perspectiva da democracia cultural. O presente artigo pretende analisar os
limites e possibilidades do modelo de gestão proposto pela ação, a partir do estudo de um caso
concreto de sua implantação. Refletir sobre as dificuldades e perspectivas da ação, assim como sua
eficiência e busca de legitimidade enquanto política pública, pode contribuir para o debate sobre
modelos alternativos de política cultural dentro do cenário contemporâneo.