Resumo:
Nesta comunicação parto da indagação sobre a relativa inabilidade dos
evangélicos no Brasil em empunharem a “arma da cultura”. Enquanto agentes de outras
religiões, em especial, católicos e afro-brasileiros, investiram em negociações e
subordinações do “religioso” ao “cultural” como estratégia de ganho em termos de
reconhecimento e de legitimidade social via inclusão de si no leque da diversidade cultural
que compõe a nação, os evangélicos tendem a desenvolver relações externalistas com as
políticas culturais propostas pelo Estado e por agências transnacionais de aporte secular.
Com base em dados etnográficos, sugiro que as hesitações e ambigüidades dos evangélicos
em relação a estas políticas estão relacionadas com um engajamento mais básico de
produção de “universalismos parciais”, ou seja, faz parte da “cultura evangélica” manter
vínculos tensos, de aceitação e rejeição, das visões de mundo convencionalmente aceitas no
contexto.