Resumo:
A superioridade cultural foi argumento utilizado em situações de dominação entre
povos com finalidades de expansão comercial e territorial. Após as trágicas experiências do
século XX, o discurso de superioridade cultural é substituído pela missão da liberdade e
democracia, tendo como síntese o livre mercado, posição defendida pela nova potência
mundial, os Estados Unidos. Ao mesmo tempo, fortalece-se o discurso dos direitos humanos,
encabeçado pela Europa. Este artigo propõe uma reflexão sobre o paradoxo da defesa dos
direitos culturais e da diversidade cultural concomitantemente à defesa da chamada sociedade
livre, marcada pelo modelo do livre comércio, no qual o discurso dos direitos humanos se
situa como base das reivindicações políticas das minorias.