Resumo:
O governo do Estado de São Paulo vem desenvolvendo políticas culturais tendo
por base o modelo híbrido de gestão pública entre sociedade civil e governo. A abordagem
teórica que sustenta este conceito está baseada na suposição de que este modelo poderia tornar
os governos mais eficientes. Por outro lado, não há evidência de que esta prática contribuiu
para a melhora da qualidade da democracia brasileira. Neste trabalho, reconhecemos a
literatura que situa as organizações sociais no debate sobre gestão pública e reforma do
Estado e propomos avançar neste debate pelo estudo cuidadoso dos orçamentos, processos e
contratos que essas organizações sociais de cultura mantêm com o governo estadual,
examinando questões relacionadas à qualidade da democracia brasileira, particularmente o
que tange os conceitos de responsabilização (accountability) e responsividade
(responsiveness).