Descripción:
Nesta publicação digital estão reunidas as comunicações apresentadas no V Encontro de Gestores de Jardins Históricos voltadas para a promoção de estudos e análises sobre a gestão, a preservação e a proteção de jardins que buscam
corresponder aos princípios das cartas patrimoniais.
O Encontro de Gestores de Jardins Históricos foi iniciado em 2010, e já se consolidou como um importante fórum de divulgação e debates das
pesquisas acadêmicas e das iniciativas de proteção patrimonial em curso.
A quinta edição realizou-se no nos dias 30 de novembro e 1o de dezembro de 2016, no auditório da
Fundação Casa de Rui Barbosa (FCRB), Rio de Janeiro.
Essa edição foi promovida pela FCRB, Fundação Museu Mariano Procópio (Mapro) e Escola de Belas-Artes/ UFRJ (EBA/UFRJ), contou com o apoio do IPHAN, do Grupo de Pesquisas Paisagens Híbridas (GPPH/EBA/UFRJ), do Grupo de Pesquisas História do Paisagismo
(GPHP/EBA/UFRJ) e do ICOMOS-Brasil. O comitê organizador foi integrado pelos pesquisadores Ana
Pessoa (FCRB), Douglas Fasolato (Mapro), Carlos Terra (GPHP), Isabelle Cury (IPHAN) e Rubens de Andrade
(GPPH), com a colaboração da bolsista Alyne Reis (FCRB).
Com o objetivo de agrupar as comunicações e seus conteúdos foram organizados três eixos temáticos:
a) O lugar do jardim histórico na paisagem brasileira: perspectivas socioculturais e patrimoniais;
b) Processos de gestão de jardins históricos e espaços paisagísticos na cidade contemporânea e;
c) Tecnologias aplicadas à manutenção e preservação do patrimônio paisagístico.
Em resposta a convocatória foram recebidos 24 artigos, procedentes de cinco estados – Rio de
Janeiro, Minas Gerais, Alagoas, Bahia e Pernambuco, além de uma contribuição da Argentina.
Os trabalhos foram avaliados por uma Comissão Científica, integrada por dezoito professores
de diferentes universidades brasileiras: Prof. Dr. Alfredo Horácio Benassi | Universidade Nacional de La
Plata – Argentina, Prof. Dr. Carlos Terra | Escola de Belas Artes/UFRJ, Prof. Dr. David Raphael | Faculdade
de Arquitetura e Urbanismo – FAU/UFRJ, Prof. Dr. Flávio Leonel Abreu da Silveira | Universidade Federal
do Pará, Prof. Dr. Guilherme Figueiredo | Escola de Arquitetura e Urbanismo – UFF, Prof. Dr. Leonardo
Moreira | Universidad de la República – Regional Este – CURE/Uruguai, Prof. Dr. Marcelo Vianna | UERJ,
Prof. Dr. Rubens de Andrade | Escola de Belas Artes/UFRJ, Profa. Dra. Cristiane Magalhães (FEM/CESEP),
Profa. Dra. Flávia Braga | Escola de Arquitetura e Urbanismo – UFF, Profa. Dra. Jackeline de Macedo |
Grupo de Pesquisas Paisagens Híbridas – EBA/UFRJ, Profa. Dra. Jane Santucci| Escola de Belas Artes/
UFRJ, Profa. Dra. Jeanne Trindade | Universidade Estácio de Sá – UNESA, Prof. Dr. Jorge Baptista de
Azevedo | Escola de Arquitetura e Urbanismo – UFF, Profa. Dra. Karla Caser | Universidade Federal do
Espirito Santo – UFES, Profa. Dra. Maria Elisa Feghali | Escola de Belas Artes/UFRJ, Profa. Dra. Maria José
Marcondes | ECA-USP, Profa. Dra. Virgínia Maria Nogueira Vasconcelos | Escola de Belas Artes/UFRJ.
Após análise as comunicações selecionadas foram distribuídas em sessões que juntamente com
duas mesas-redondas e uma conferência, resultaram na grade dos dois dias de programação.O tema O lugar do jardim histórico na paisagem brasileira: perspectivas socioculturais e
patrimoniais foi o eixo de três sessões. Na primeira, foram apresentadas abordagens e reflexões sobre
a evolução histórica e social da Praça Dr. Jorge, em Lavras, MG; a utilização e os benefícios gerados para
os usuários do jardim do Museu Casa de Rui Barbosa, RJ; as ações de modernização e preservação do
jardim público de Jaraguá, em Maceió, AL e, por fim, reflexões sobre a prática de salvaguarda dos Jardins
Históricos, em diálogo com as normativas preservacionistas do Patrimônio Cultural no Brasil.
Na segunda sessão, foram comentadas a revisão do projeto de 1981 do arquiteto mineiro Jorge
Abdo Askar para requalificação paisagística do vale de Ouro Preto, MG; a implantação das primeiras áreas
paisagísticas – Horto Botânico, o Passeio Público e o Campo Grande de São Pedro, em Salvador, BA, e
a evolução histórica, paisagística e arquitetônica do Complexo do Museu Mariano Procópio, em Juiz de
Fora, MG.
Na terceira mesa foram apresentados estudos sobre a evolução sociocultural e paisagístico da
Praça Doutor Salatiel, em São João del Rei, MG, situada na Estrada Real; sobre a trajetória da estátua da
deusa Vênus em jardim da estância hidromineral de Caxambu, MG; os espaços públicos de Recife, PE
ajardinados a partir da década de 1870, com ênfase na nomenclatura, edificações adjacentes e aspectos
funcionais e projetuais; e o passeio de Copacabana, Rio de Janeiro, RJ enquanto marco na trajetória
projetual de Burle Marx.
O tema Processos de gestão de jardins históricos e espaços paisagísticos na cidade contemporânea
ocupou outras três sessões. Na primeira, foram apresentados estudos sobre a trajetória da área
denominada Mata do Krambeck, que engloba uma Área de Proteção Ambiental e o Jardim Botânico da
UFJF, Juiz de Fora, MG; o Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, suas transformações e
significado patrimonial; a elaboração do projeto de restauração da Praça Senador Salgado Filho, Rio de
Janeiro, RJ, um dos primeiros projetos de Roberto Burle Marx para áreas públicas no Rio de Janeiro, e a
proposta de lei de proteção municipal para o jardim do Museu Mariano Procópio, Juiz de Fora, MG.
Na segunda sessão, foram abordados os atuais desafios na gestão do Parque São Clemente,
do Nova Friburgo Country Clube, Rio de Janeiro, RJ; o projeto universitário Jardim de Tia Neuma, desenvolvido na Mangueira, que envolveu o cultivo de jardim; e estudo sobre o jardineiro, sua formação
e seu desempenho em jardins públicos e a relação com a gestão da conservação de um jardim histórico
na cidade do Recife, PE.
Por fim, na terceira mesa, foram apresentados os estudos sobre o jardim modernista que
integra o Pavilhão Arthur Neiva, da Fiocruz, Rio de Janeiro, RJ; as atividades científicas e de preservação
em desenvolvimento no Parque Botânico e no Ecomuseu da Ilha Grande, Rio de Janeiro, RJ, e a atuação
do paisagista Alfredo H. Benassi dos jardins do Palácio Servente, construído em 1934, na cidade de La
Plata, Argentina, restaurado em 2002, para abrigar um conservatório de música.
O conjunto das comunicações ofereceu um amplo panorama sobre a atualidade dos estudos
acadêmicos e das ações de gestão dos jardins históricos, segundo diferentes estratégicas e perspectivas
metodológicas. Essa produção confirma o crescente reconhecimento do valor histórico e cultural do
patrimônio paisagístico, e o engajamento de vários profissionais e instituições por sua revitalização e
manutenção.
Acreditamos que com mais este volume, contendo textos relacionados à gestão de jardins
históricos, estamos consolidando uma literatura brasileira sobre o tema. Desejamos que a leitura
enriqueça as práticas de preservação dos nossos jardins.
A Comissão Organizadora.